F1 Desgovernada!

Era assim que corríamos antigamente, afirmou Orlando quando conversava levemente com o seu companheiro de golo Anastasia.

Sempre a mil por hora e com estabilidade total nas curvas, ganhavámos sempre o campeonato mundial de corridas de tampinhas, classe refrigerante especial. O famoso CMT-R.

Anastasia demonstrando muito interesse, perguntou ao amigo se haveria alguma possibilidade dele, piloto bastante técnico e fluente em francês, corresse rapidamente para bem longe dali.

Antes mesmo que Orlando respondesse sua pergunta que demonstrava bastante interesse, pediu mais uma canela para misturar à cachaça que havia sob a mesa, e, proferiu as seguintes palavras;

Para seu governo, eu... eu... vou ao banheiro!

Coisa Doida

Tarde da noite, vendo um programa de TV ruim demais, ouvi um grito alucinado, forte, vazado, horripilante!
Era Maomé, com olhos vermelhos e tocas branquinhas que pegava nos meus pés.

Menino... Corri pra geladeira afim de lhe oferecer algo para beber e com isso tentar sugar, perceber, pescar, entender um pouco mais daquela mente simplista.

Recusou, Maomé recusou dizendo que já era tarde da noite e ele gosta de tomar umas é de manha cedinho.

Conversamos durante horas a fio e o papo estava tão ruim que dormi e nem sei como ele foi embora. Porém havia um bilhete dizendo que quem estivesse lendo seria para sempre um jedi !

É sem duvida alguma um grande cara. Maomé da Silva Sauro, acho que é isso...

CASO BRUNO

Caso Bruno, respondeu Rosalva no interior paulista...

POMBAS, MORÔ!!

Estava eu passeando pelos ares com minhas asas sem freio e nexo, quando me deparei com oito pombas da paz que raivosas me interpelaram abruptamente; Onde você esta indo??

Antes que entendesse a pergunta, antes que eu proferisse a famosa gíria das aves, pombas, me golpearam com duzias de hot dogs frios e sem queijo. Foi Horrível!!

Caí como cai uma abelha africana a procura de uma mísera gota de mel que num pote de Helmmans se perdeu...

Ao me levantar, senti um forte cheiro de lavanda no ar. Percebi que meus braços haviam sido trocados de lugar, o da direita estava na esquerda e o da esquerda havia se tornado presidente...

Graças a Deus fiquei são da cabeça!!!

OS SEM FAROFA

Às vezes acontece coisas que deixam a gente perplexo. A medida que o progresso e a globalização avançam, tradições são violadas e esquecidas todo o tempo.

Vejam só o que aconteceu comigo, pasmem;

Sempre pensei que no fundo do mar podia-se comer farofa mas estava enganado. Um dia desses resolvi dar um mergulho para saborear uma deliciosa farofa caseira mas Logo que cheguei fui cercado por vários peixonautas armados e com cara de poucos amigos, e levado para uma sala ampla e molhada onde me fizeram aguardar por infinitos 70 segundos.

Lá fui informado pelo chefe de estado do mundo aquático que desde o início da década de 90, a permissão para se comer farofa em publico havia sido revogada e dali em diante todos os peixes e habitantes da vida marinha tinham de se contentar em comer farofa dentro de suas casas, cavernas, conchas, ou lugares fechados, sob pena da lei.

Fiquei estarrecido obviamente, como pode um peixe vivo ser privado de comer farofa em locais públicos?? E a Tradição?? E a farofada??

Questionei sobre a relevância de tal imposição haja visto que, comer farofa em locais públicos sempre foi uma tradição do mundo marinho e que inclusive vários casais se conheceram e varias famílias foram formadas em festas da farofa.

O sábio Netuno, com ar tristonho e parecendo concordar comigo sibilou palavras e bocejos que não entendi. Então se esforçando para tal, quebrou o protocolo e disse alto e em bom som para todos que quisessem ouvir: ahajevsk opiu, nsgyu, psisc plwes bagfs glup glup !!

Pena que falou em peixonês e infelizmente não tenho barbatanas para traduzir.

Mas é certo que farofa no fundo do mar está proibido. Sugiro por tanto para todos que não consigam viver com isso usar suas piscinas e ou baldes.

Dependendo claro, do tamanho da cabeça de cada um.

O GRANDE BAREBA

Milhares de vozes ao mesmo tempo gritavam extasiadas, Bareba, Bareba, Bareba!

O mundo inteiro aclamava Bareba e ansiavam sua presença para aniquilar os inimigos voadores.

Bareba era o cara, apesar que as más linguas diziam que ele parecia o serginho do BBB medieval.

Magro, de altura mediana e cabelos chapados vivia cantarolando uma musiquinha estranha para os ouvidos de hoje mas que significava muito para os plebeus de outrora. Com sua voz esgaçante e pouco confortavel ele sibilava ous ous ous e batendo os pés cantava ; mió ser feio que pobre, ouou mió ser pobre que verde, ou ou ou !!

É estranho falar sobre isso tanto tempo depois. Por isso sinto na obrigação de relatar que Bareba era sim um herói, apesar que talvez nem ele próprio sabia disso.

Bareba sempre foi cantador e dos muito ruins diga -se de passagem, mas, seus inferninhos ficavam em todas as cabeças com olhos e orelhas daqueles tempos.

Quando alguma coisa acontecia nos vilarejos , ou algum forasteirto chegava trazendo novidades, sempre atribuía - se a Bareba algum feito. Mesmo que ele estivesse a kilomentros de distancia do ocorrido.

"Bareba voa num tapete com topete"
"Bareba matou o terrível dragão Godofredo"
"Bareba fez Chuck Norris de Grambé pedir clemencia" Há quem duvide disso!

"Bareba bebeu sozinho e achando bom uma garrafa inteira de velha skim" Talvez o maior feito desse grandissíssimo herói.

E por aí vai...

Perguntado sobre o assunto, o mito sempre respondia a mesma coisa; " sou chique bem " e isso por se só já o tornava diferente, especial.

Filho de pais separados, bareba sempre quis mudar o mundo e fazer as coisas diferentes. Aos 12 anos ele jogava ténis de sandálias e no lugar da raquete usava ovos fritos...

Naquela manha de domingo Bareba enfrentaria seu maior desafio. Teria que enfrentar sozinho os milhões de "voadores" que estavam deixando todo o planeta ao avesso.

Quando Bareba surgiu em cima da laje de seu imenso castelo o povo foi a delírio. Todos e isso sem combinar, cantarolaram ous ous ous seguidos de "mió ser feio que pobre e mió ser pobre que verde, ououou" !

Arrepio só de relembrar isso, foi magnífico, estupendamente magnífico.

Naquele dia ele vestia como de costume uma cueca amarela em cima da calça verde maça e nos ombros e peito apenas duas tiras de treliça sustentavam seu físico.

Todos olhavam admirados para Bareba o mito, e nem sequer perceberam que o céu ficava cinza e isso era o principal indício que os voadores se aproximavam.

Quando perceberam já era tarde. Todos foram picados nas nádegas e tentaram fugir atropelando uns aos outros.

Bareba antes idolatrado, foi pisoteado todinho e ninguém mais soube o que foi feito do maluco.

Uns dizem que ele virou fumaça!!

Outros que partiu para Brasilia convidado por uma grande e sinuosa gravadora de discos.

O que todos tem certeza é que as abelhas africanas eram poderosíssimas e que dali por diante nunca mais passariam 13 anos sem banho, e que se esforçariam e tomariam uma chuveirada praticamente todo santo bimestre.

Hoje já se passado sei lá quantos anos, Bareba vive em nossos corações. Ui ui ui.

MORUCO

Moruco era um rapaz danado de feio. Andava e corria pelas ruas sempre estampando sua cara horrorosa para quem quisesse ouvir.

Certo dia, correndo pelas nuances da vida , aliás como fazia em toda quaresma sem falhar 40 dias sequer, Moruco viu sua vida mudar em um piscar de olhos.

Dois ajudantes de mudança que tentavam mudar o mundo de lugar passaram em frente a ele e por um acaso terrível do destino, transportavam consigo um grande e umido espelho que fez refletir a imagem de Moruco pela primeira vez em seus olhos.

Isso mesmo, Moruco tinha a essa altura 39 anos e nunca havia olhado para sua própria imagem.

Desde pequeno sua mãe o proibira alegando fazer isso pelo seu próprio bem.

Lembrava palavra por palavra de sua querida mãe; " Moruco meu filho, jamais olhe para sua imagem, tire fotos ou qualquer coisa parecida, porque tu é muito feio meu filho e por isso peço que nunca me desobedeça. Quero o melhor para você, acredite."

Moruco ao ver pela primeira vez na vida a aberração que havia se tornado, recuou bruscamente como que utilizando de um famoso passo de ballet clássico e sumiu rua e vento abaixo.

Toda a cidade ouviu os gritos de Moruco... " aiaiaiaiai sou feio demais , aiaiaiai "

Ele nunca mais foi visto, graças a Deus !!

GUÁXA

Era mais ou menos como uma pista de cooper no Zimbábue. Tinha roseiras espalhadas por toda a passagem e era interessante que nenhuma pessoa além de mim parecia ter passado por lá a vários anos.

Local aprazível demais para ficar sozinho, sem barulhos extrapolados.

Perguntei para o Guaxinin que me observava, como era possível haver um local tão agradável e ao mesmo tempo desertico?? Ele olhou para os lados, respirou, voltou a olhar para o lado esquerdo e assim ficou.

Repeti a pergunta como que entoando um cantico antiquíssimo que certamente o Gauxinim se identificaria e dessa vez ouvi o que já imaginava; Este lugar é bonito e agradável apenas a seus olhos... apenas a sua formidável fama de fominha.

Decidi não prestar atenção no que dizia este bichinho tão imaturo e praguejei por ter perguntado logo para este otário.

Continuei escalando a antiga pista de cooper que agora se transformara em uma grande e obliqua rocha. Para isso precisava estar bastante atento mas o danado do Guaxinin não saía da minha cabeça.

Quando o poeta escreveu que havia uma pedra em seu caminho, aposto que ele era alpinista e queria dizer na verdade cuidado com a pedra em que segura. Caí de uma altura de um metro e noventa e quatro, e tudo por que uma raivosa e deslocada pedra rolou me deixando literalmente na mão.

Ouvi uma risada leve e semi crua...é o guáxa, pensei, é o guáxa.

Mas era o seu Ataide cobrando uma continha antiga da época que éramos jovens demais para agora nos responsabilizar. Informei a ele que era um absurdo ter me consentido crédito tão cedo e que agora mais adulto e ciente das coisas, por repreensão, não pagaria nada.Fooovs, fiz o que sonhei fazer em anos de roteiros infundados.

Agradeço demais ao Guáxa por nunca mais tê-lo visto !!

O MAGO BRAVANÉ

30 de fevereiro de 1923, estava eu correndo contra o vento e com meus pés encharcados de suor e lama em mais um dia danado de frio.

A ventania era tanta que 1300 mariposas voavam de ré sobre minha cabeça tentando evitar que o vento varresse suas caras.

900 segundos passaram num piscar de olhos, foi quando abri minha mente para o inevitável sentido do ser.

Pensei e isso juro ter feito com cautela, sentindo um arrepio da ponta do dedão até a base do mesmo, que os mistérios da vida são mesmo enigmáticos.
Menino!! De repente fui atropelado por um grande dragao que su ... su... su... mil!

Corri e nadei 17 vezes mas infelizmente não consegui alcançar aquela maravilhosa potra que por mim havia passado e me derrubado na poça dos milagres de Bravané.

Bravané por sinal o melhor curandeiro de todo o mundo moderno havia comentado comigo cem anos antes que este dia chegaria e que minha missão dali por diante deveria ser seguir a potra até o poço acima ou abaixo não lembro bem, do eterno calabouço que viraria nossas cabeças...

Bravé, como era conhecido no litoral norte da cidade do Cairo nunca mais deu notícias e tão pouco se preocupou em deixar rastros.

Passei meus dias desde então tentando decifrar o enigma que me deixou ao passo que buscava novamente encontra-lo.

30 de fevereiro de 1923, essa data que nunca mais me esquecerei celou o fim do mistério e de certa forma da minha vida.

Bravé, o mago;

Bravé, ó mago;

Bravané mostre-se ... Eu uivava sem saber ao certo o porque disso, toda vez ao ver marte!!!

Voltando ao ocorrido, levantei me e de subto enxeguei os riscos de lama e sede da minha pele.

Corri atras da potra e juro por deus a alcancei no bar do seu tomaz que alias tomava umas e outras enquanto dançava com a grande e auspiciosa égua que a potra se tornara.Entendi por vez o que sempre me angustiara.

Minha missão após longicuos minutos chegou ao fim. Consegui me desfazer do mantra e da manta de crueldade de um mago brincalhão e desonesto que por minha vida havia passado.

Bravané seu filho da puta, nunca mais fale comigo!!

Gritei ao 7 ventos enquanto pegava uma pedra para fazer virar patinhos em sua poça.

Adeus ó fajuto Bravané, adeus também a todos os seus dedões !!

INOCENCIO DA SILVA

Juarez andava muito preocupado com o rumo das águas.

Ficava indignado por elas encherem apenas os pobres de dor.

Ele tentava e tentava encontrar explicação para esse despaupério mas aceitava apenas as questões emocionais e não as chuvosas.

Tratava todas as gotas como injustiça ou simplesmente a vontade de Deus.

Mas cair agua demais não era o problema, pensou finalmente o problema era não irem embora.

Cair agua do céu sempre caía. Mas agora não vazavam para o mar. Cai e vaza pelo amor de Deus, se infiltre na terra, implorava.

Resolveu falar com o prefeito, encorajado pelo voto desmiolado que presenteou o ditucujo com altíssimo salário e por ter recebido orgulhoso o então candidato em sua casa e firmado apoio junto a comunidade que agora parecia mais o piscinão de ramos.

Encorajado por ser homem de bem, por pagar seus impostos, quer dizer, Juarez não pagava seus impostos mas o Maluf também não e o caramujo não sofria com enchentes...

Enquanto calçava suas botas ancestrais, pensou; é lógico que o prefeito já deve saber dos diluvios, é claro que ele já deve ter sido informado que a agua cai e fica...que a agua mata, que a agua é suja, é doente, é claro, ele sabe é evidente.

Pegou seu opala e acelerou muito pouco, rumo a prefeitura.Lembrou que já estivera lá antes mas que as experiências não haviam sido muito boas. Esperou por horas e até a hora de agora não havia conseguido matricular sua pequena Joana.

Joana estava desconsolada por falar nisso, as águas adentraram seu quarto e armário e flutuaram tudo que havia pelo caminho.

Disse a Juarez seu pai adotivo, que pensou que iria morrer afogada ou prensada pela pia do banheiro que soltou a toda. Aproveitou para perguntar se Romario havia se salvado e juarez de pronto respondeu que o cachorrinho estava bem. Joana então foi para a casa da tia Malé, que além de tudo mais, pobresa, doenças, desamores, sofria a vida inteira com fortes odores no pé. Chulé, pra ser exato.

Era uma mulher boa, que adorava joana e isso importava mais que os dedos encardidos e fedorentos que tinha.

Juarez seguia a caminho da prefeitura e a cada metro sentia que valia mais a pena juntar os cacos e molhar o orgulho do que procurar o cara que na verdade iria prometer e nada resolveria. Iria prometer e depois virar as costas.

Sentia isso forte dentro de si, como se a facada que tomara após ter lutado tanto e não ter seu emprego oficializado como lhe havia sido prometido doesse novamente.

Ardia no peito e na cara, ardia na alma, matava-o na velocidade do velho opala.

As enchentes sempre estiveram ali, se angustiava. Mas agora ele era assaltado com perguntas e exigencias pois sem saber onde estava se metendo havia garantido á comunidade que o filho da puta do atual prefeito, caso eleito, seria um amigo incondicional da vida na vila.

Que ele próprio seria o porta voz de todos e tudo que precisassem bastava-lhe procurar que se encarregaria de resolver.

Juarez nunca mais conseguiu falar com João Falácia, e mentia toda vez dizendo ao povo que Falácia ficou de resolver pessoalmente essa ou aquela pendencia. havia se passado 2 anos da ultima eleição, João falácia foi eleito prefeito tendo apenas 19 votos a mais que o seu adversário Zé honesto.

Juarez e seus amigos deram a Falácia nada menos que 937 votos de confiança. Porém ele sabia que não era em Falácia que o povo votava, era nele, Juarez Inocencio da Silva, quem havia adentrado suas casas pedindo um voto de confiança e agora retornava com mentiras e desculpas esfarrapadas inventando que o tal prefeito estava doente e por isso não poderia vir a quermesse naquela noite...

Resolveu que daria um basta em tudo. Há dois anos que sua vida se encheu de remorso e raiva.Pensou em Joana, malé, pensou na sua vida e amigos, pensou no Falácia que mereceia uma lição, pensou na política que merecia ser banida, pensou nas crianças que adoeceriam e morreriam em filas diversas...

Então, fechou os olhos e sem pensar em nada acelerou seu opala opaco em direção ao grande redemoinho de sua vida e nunca mais emergiu.

Juarez virou peixe dizia alguns, e levou romário com sigo.

Grande homem brandia João Polítiqueiro Falácia, emocionado...Grande AMIGO.

VAGALUME PERUANO

Tomei ainda duas cervejas antes de ir embora naquele dia escuro e áspero.

Mergulhei de cabeça no meu carro e quando me dei conta estava a notáveis 50 por hora, de quinta marcha numa quinta que mais parecia domingo a noite.

Respingos de luz banhavam o para brisa e vagalumes ansiosos pareciam pedir carona, não dei.

Passei por dois cruzamentos sem ver para onde iam e lembrei que deveria ter olhado o mapa mundi antes de dar inicio ao trajeto.

Já estava a 57 por hora quando meu celular tocou um jimi hendrix engasgado e mesmo assim de muito bom gosto. Resolvi então ascender um companheiro e desabafar com meus botões.

Fiquei nisso por alguns instantes, desabafando e baforando, nessa ordem.Ao mesmo tempo que dava umas baforadas, de supetão dei meia volta e ofereci carona aos poucos vagalumes que ainda não haviam conseguido.

Depois disso me recordo apenas que deixei os vaga em um baile de ação de graças que rolava dentro do Titicaca e por mais tentador que parecia ser adentrar, recusei e voltei para meu video game imaginário.

Fui pego desprevenido, se tivesse pelo menos minha capa de chuva!!?Foi uma noite e tanto, dessas que a gente esquece apenas 19 horas depois.

Um dia voltarei ao Titicaca, um dia menos aspero talvez.

ENRRASCADA

É inacreditável a quantidade de insetos que surgem do nada e para o nada voam e ressurgem.

Estava sozinho e calado atravessando um bosque de palmeiras imperiais quando fui cercado por milhões de bichos da seda e joaninhas que carregando cartazes impediam a passagem de quem quer que por lá quisesse passar...

Argumentei que embora eu fosse suspeito, pois todo ser humano é no mínimo suspeito, minhas intenções eram boas e que em nada iria atrapalhar magnífica iniciativa.

Como devem imaginar isso não funcionou, muito pelo contrário, fui amarrado a uma frondosa árvore e tive meus pés descalçados por um tipo esquisito e voador que para dizer a verdade não faço a mínima ideia de qual espécie é.

Pensei que desta vez eu realmente estava encrencado, muitos insetos raivosos, descontentes com o atual sistema que regia a vida deles e que não demonstravam nenhum tipo de afeição por mim ou por nossa gente.

De repente me lembrei de quando trabalhava na bayer e das coisas que levei as escondidas da fabrica para minha casa no pagar das luzes do expediente. Lembrei ainda que sempre carregava comigo amostras grátis para os clientes e que ao invés de presentia-los eu vendia a preço de banana.

Pedi que me deixassem ligar para minha família, emendei que eles deveriam estar preocupados como minha demora e que como em qualquer parte do mundo, na lei dos homens ou em lei qualquer todo moribundo tinha direito a um ultimo desejo.

Consentiram e padeceram...

Baygon matou todos em questão de segundos, inclusive a árvore frondosa e as palmeiras imperiais que motivou essa magnífica aventura.

Até hoje carrego comigo baygon para onde vou, afinal baygon é bayer e se é bayer é bão, né não??????

MADRUGADA MALUCA

Pêssegos caindo da prateleira, foi este o barulho que ouvi as quatro da manha de um dia quente e misterioso.

Pensei em vento, gatos, ratos, raios, bichos da seda e até que as prateleiras estavam desniveladas, mas na verdade, sabia que a causa daquele barulho matutino era no mínimo ameaçadora.

Corri para a porta e sem pensar duas vezes fechei-a com toda a minha força. Respirei, suspirei, respirei três vezes...O meu mundo passou a mil por hora na minha cabeça, pensei em tudo que já havia feito de mal e senti um remorso indescritível.

Do outro lado da porta havia uma respiração ofegante que não fazia questão alguma de passar despercebida.

Senti que estava realmente em perigo e quando olhei para a janela quase morri de susto;
Minha cabeça estava sentada e olhava para mim sem piscar.
Minhas orelhas não estavam com ela e daí percebi que estavam sorrindo em baixo da minha cama.( todos reconhecem o riso das suas orelhas)
Tentei raciocinar mas minha cabeça não estava mais comigo.
Pensei em correr mas minha cabeça não estava mais comigo.
Pensei em chorar mas minha cabeça não estava mais comigo.
Pensei em fumar e para meu terror minha cabeça não estava mais comigo.
Tentei me mover, tentei me esconder, tentei me morder, tentei adormecer, tentei assobiar mas minha cabeça não estava mais comigooooooooooo.

Então, tirando forças não sei de onde corri para o armário, peguei meu boné e saí sem deixar rastros !!!

SURDOS E CARECAS

Estava pensando pouco antes de acordar que o mundo é estranho e da arrepio.

Crianças são jogadas pela janela, dinheiro desviados para as cuecas, janelas são jogadas para fora dos ónibus que são queimados e os incendiadores as vezes esquecem de apagar a crueldade e fingem não ouvir os gritos e os sussurros...
Pobre aposentado!

Pensava e pensava sem acreditar que seria verdade essa imensa pouca vontade em resolver e oferecer melhores vidas aos que nunca as tiveram ...

De impostos estamos abarrotados!

Acordei sobres saltado e por pouco não fui atropelado por um carro que corria desgovernado pelas escadas do metrô, foi verdadeiramente um terror...
Respirei e só aí notei que meus óculos estavam perfurados por brasas acesas e apagadas dos ónibus e das janelas que ardiam sossegadas...

Armas carregadas, me apontavam!

Estava pensando pouco antes de adormecer que as vezes o melhor que temos a fazer é fingir que somos mudos, surdos e livres.

AI MINHA CABEÇA

É impressionante o tamanho das duvidas que pairam sobre nossas cabeças quando estamos friccionando-as.

De repente todos os pinos e supinos sobem sem prévio aviso e esfolam tudo que vêem dentro dos cerebelos.

Outro dia mesmo corri atras de uma doninha que estava pousando em cima da árvore de natal da minha sobrinha e quando a alcancei ela quase me matou de susto; piou tão alto um ué que caí para tras enquanto ela ria e pedalava sua bike a toda.

Daquele dia em diante nunca mais ousei chegar perto de árvore de natal.

Sabe-se lá que surpresa irão aprontar da próxima??!! Prefiro não me arriscar ué.

Mas voltemos ao que interessa, quando fricciono minha cabeça ela começa a girar tão rápido que esqueço até de correr atrás do danado do papai noel.

Fico imaginando se é assim com todo mundo ou apenas com as doninhas que voam de bike!!?? E aí!???

MALUCA NASA

Fui chamado certa vez para compor o quadro de astronautas da NASA.

Fiquei lisonjeado pelo convite mas confesso que não foi em demasia.

Percebi que os americanos queriam mesmo era entender como funcionava o sistema de propulsão dos foguetes que vez por hora aterrizam e partem da terra.

Pensei que não faria mal ajudar, por outro lado sabia que não podia desvendar todos os segredos, afinal de contas, eu como membro do setor energético intergaláctico tinha lá minhas responsabilidades.

Americano é um bicho tão alienado que foi só começar a contar para eles como funcionava o famigerado sistema e logo me cercaram com inúmeras cameras e perguntas desmioladas. tais quais;

O senhor é deste planeta??-

O senhor poderia dar detalhes dos mecanismos de transporte escolar de onde veio??

Por acaso o senhor já ouviu falar na Beyoncé ??

Existe vida após a morte??

E por aí foi...Respondi da melhor maneira possível todas as perguntas e segui meu caminho sem olhar para trás, mas, percebi que de alguma forma estava sendo observado.

Cheguei no meu carro, apertei um botão vermelho que não me lembro mais para que servia e quando dei por mim, adormeci.

Acordei, olhei para o lado e fiquei pasmo com o que vi; Minha irmã Isabella sentada na varanda, com um chapéu vermelho maçã na cabeça e cintos largos de cetim, cantarolando roberto. " eu voltei de novo pra ficar " ououou...

Nunca mais atendi qualquer telefonema da NASA e tão pouco ouvi roberto de perto.

Doido tem em qualquer lugar, mas os americanossss!!

SEI LÁ

Hoje, estou aqui pensando em como preencher este blog novo com a sensação de que tudo que escrever terei de apagar para novamente preencher.

Sei que nesses cantos do mundo, o planeta parece menor que o trivial. Não sei explicar, apenas procuro resolver estas questões típicas na minha cabeça...

Olha só, outro dia nasci e morri três vezes, é difícil de acreditar mas foi isso mesmo que aconteceu.

Acordei assustado com meu corpo baleado não conseguia respirar. De tudo um pouco eu sentia, mesmo e com muita falta de ar.

Outra foi um trem que passou pela minha cabeça, procuro entender que trem de ferro ou aço ou calhamaço passou e me acertou !!!

A terceira meus amigos deixo por conta de vocês, que não sabem como ando e por isso nada mais contarei...